Para quem não sabe, a prova que se intitula Revezamento das Nascentes, consiste em percorrer estradas por sete municípios da Região Metropolitana de Curitiba, sendo que todas elas possuem afluentes do rio Iguaçu.
A largada é dada em Piraquara e a partir daí, o atleta passa por Quatro Barras, Pinhais, Colombo, Campina Grande do Sul, Almirante Tamandaré, Campo Magro e termina em Santa Felicidade – Curitiba, num total de 91.5km, praticamente todos de terra.
Nesta que é a sétima edição do evento, foi incluído o mountain bike, uma vez que originalmente o revezamento é feito a pé, por equipes onde cada atleta corre em média 10 km e passa o bastão para outro companheiro de equipe. No mountain bike havia a opção percorrer o trecho de 91.5km de forma individual, dupla ou trio.
Eu e Waldemar decidimos fazer de forma individual para encarar os 91.5 km. A largada se deu exatamente ás 6 horas da manhã. Agora pense que horas tivemos que acordar, pois até arrumar tudo e chegar a Piraquara, descer a bike e tal, eu pelo menos acordei às 4h30m.
Apesar de ser a primeira edição para com a modalidade Mountain Bike, o número de inscritos foi considerável, em torno de 160 equipes. O barato é que neste tipo de prova há os pontos de troca de ciclista, para quem irá fazer duplo ou trio. Cada equipe pode ter até dois carros de apoio, apesar de que eu e Waldemar não tivemos.
Dada a largada, mesmo sendo uma prova longa, o pessoal disparou e tentei seguir com o mesmo ritmo. Mas logo na primeira subida forte, o primeiro pelotão da elite, já se foi.
Com alguns quilômetros, percebi que estava num grupo de 5 ou 7 bikers, sendo que estávamos todos na mesma pegada. Porém, muita gente ainda estava para trás. Não vi o Waldemar durante a prova, apenas na largada.
Já fiz inúmeros pedais longos, porém nunca havia competido numa distância tão longa e aí o bicho pegou. Até os 70 km eu ainda estava em plena capacidade, sendo que em toda a prova, parei apenas duas vezes para um xixix, o que não deu um minuto de tempo perdido.
Contudo a partir dali, comecei a sentir. As pernas já estavam pesadas e não respondiam ao que meu cérebro determinava que elas fizessem. O pior foi quando o sujeito de um carro de apoio me disse: não quero te desanimar, mas o pior está por vir.
E ele tinha razão. Depois de 70 km no gás (pois quando se esta numa competição é natural que o ritmo seja forte e constante) começaram subidas muito fortes.
Mas eu estava contente, pois conseguia manter o mesmo tempo de uma equipe de trio. Ou seja, mesmo eles trocando de bikers á cada 30 km, eu continuava na parada. Durante o percurso, não vi nenhum acidente e nenhum pneu furado. O sol apareceu e castigou um pouco.
Em torno das 9 horas, resolvi ligar para o Waldemar, fiz isso sem descer da bike, pois não queria perder tempo. Pensei: se der sorte ele atende, pois estava curioso para saber em que trecho estava. Mas nada de atender. Depois ele me disse que até ouviu o celular tocar, mas imaginou: quem é o louco que está me ligando essa hora....rs De fato, pra participar de uma prova como essa, só tendo um pouco de loucura.
A organização do evento foi perfeita, e em todos os km, tinha uma plaquinha indicando em qual km o atleta estava. Se bem que no final essas plaquinhas são uma dor de cabeça, pois demora uma era, para ir de uma á outra.
Muitos atletas da modalidade individual desistiram, não agüentaram a puxada. È como eu disse, uma coisa é fazer um pedal de passeio de 90 km ou mais, outra coisa é competir numa prova com essa distância. Minha média de batimentos cardíacos foi de 155.
Confesso que nem observei direito a paisagem. No ano passado eu fiz a mesma prova, mas a pé e meu trecho tinha 9 km. Mas sinceramente não me recordava do trajeto.
Completei a prova com exatas 4 horas e 24 minutos, média de 20,7km, fiquei em 28º lugar, num total de praticamente 100 atletas na categoria.
O Waldemar ficou em 64º lugar, ou seja, deixou ainda muita gente comendo poeira. Sem contar que na metade da prova, uma câimbra apareceu e o fez companhia durante o resto do trajeto. É isso aí Waldemar, valeu pela determinação. Medalha merecida.
Mas o que fica, mesmo com as dores e o cansaço, é a felicidade pelo desafio vencido e boas lembranças como a das crianças da zona rural todas sentadinhas á beira da estrada, nos prestigiando passar e muitas vezes com palavras de incentivo. Ano que vem se Deus quiser, estaremos lá novamente. Infelizmente não tenho tantas fotos dessa vez, sendo que as últimas seis fotos foram tiradas por Gil Reikdal, da equipe Gapianos. Abraços.
Foi muito bom...apesar de eu ter feito a pé....as emoções do ano passado vieram à tona e fomos recompensadas.
ResponderExcluirParabéns amigo...porque fazer 91,5km...só sendo louco!
Pois é...vocês (equipe feminina) na corrida a pé ainda conseguiram o terceiro lugar e tiveram a honra de subirem ao podium...muito bom....parabéns....
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